OBJETIVOS
• Conhecer a legislação que ampara pessoas com transtorno do espectro autista.
• Reconhecer o papel da equipe de enfermagem no cuidado a essas pessoas.
Olá colega e ex-cursista! Dia 02 de abril é considerado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Vamos, então nos aprofundar sobre o tema?
Observa-se que com o passar dos anos, há um aumento nas taxas de prevalência do autismo. Estudos realizados até o ano de 2001 sugerem que a prevalência é de 10 para 10.000 indivíduos com autismo clássico e cerca de 30 a 60 para 10.000 para o espectro autista, sendo quatro vezes mais comum no sexo masculino (MELLO, 2011).
No Brasil, podemos estimar, que cerca de um a dois milhões de brasileiros se enquadram na característica do transtorno do espectro autista, sendo que destes, 400 a 600 mil tem idade inferior a 20 anos, e entre 120 e 200 mil são menores de cinco anos (MELLO, 2011). En¬tre os americanos, as estatísticas apontam um caso para cada 150 nascimentos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) caracteriza o autismo como:
As respostas anormais a estímulos auditivos ou visuais, por problemas graves quanto a compreensão da linguagem falada, ou seja, dificuldade de estabelecer relações produtivas com o mundo e com os outros.
(ABRA, 1990)
Para diagnóstico do autismo, é utilizado internacionalmente um instrumento criado pela Associação de Psiquiatria chamado Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders1, (DSM). Este instrumento aponta algumas características a serem consideradas na avaliação médica, como:
- Incapacidade qualitativa na interação social recíproca;
- Incapacidade qualitativa na comunicação verbal e não verbal e na atividade imaginativa;
- Repertório de atividade restrito;
- Início na primeira infância;
- Estratégias de Atenção à Pessoa Portadora da Síndrome do Autismo.
A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, lançada em 2011, tem como objetivos principais a caracterização da síndrome clinicamente e a apresentação dos direitos das pessoas com transtorno do espectro autista.
As diretrizes contemplam:
- Intersetorialidade no atendimento;
- Participação da comunidade na formação de políticas públicas;
- Atenção integral à saúde, objetivando o diagnóstico precoce;
- Inclusão dos estudantes nas classes comuns de ensino regular.
Colegas, até aqui consideramos algumas conquistas políticas das pessoas com transtornos do espectro autista. Vamos reconhecer agora o papel da equipe de enfermagem no cuidado a estas pessoas?
A equipe de enfermagem inicia o cuidado no momento em que o diagnóstico da síndrome é efetuado. Considerando que, os profissionais de enfermagem são aqueles que passam mais tempo com o portador, todos devem estar aptos para identificar os sinais evidentes do transtorno do espectro autista (CARNIEL, et al., 2010).
Os profissionais de enfermagem tem sua atuação junto à criança e à família, configurando-se como agente de integração da criança com a sociedade, e, de educador, respectivamente (CARNIEL, et al., 2010).
Em geral, o objetivo do tratamento frente à criança, deve ser a promoção de um reforço positivo, o aumento da percepção social dos outros, a orientação a respeito das técnicas de comunicação verbais e a redução dos comportamentos inaceitáveis (CARNIEL, et al., 2010).
SAIBA MAIS
Você sabia que no Brasil existe a Associação Brasileira de Autismo?
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A relação da equipe de enfermagem junto à família do portador deve transmitir confiança, compreensão e apoio. O profissional, acima de tudo, deve cumprir com o seu papel de educador em saúde (CARNIEL, et al., 2010).
O autismo, como uma condição crônica, muitas vezes submete os pais à culpa da doença da criança e é de suma importância, que o profissional ajude essa família aliviar essa culpa e a vergonha frequentemente associada a doença (CARNIEL, et al., 2010).
SAIBA MAIS
Você sabia que o Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado nos Estados Unidos e é chamado de "Light It Up Blue". A cor azul foi definida como a cor símbolo do autismo, porque a síndrome é mais comum nos meninos. A ideia do movimento é iluminar pontos importantes do planeta na cor azul para chamar a atenção da sociedade!
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Diante desta situação, cabe aos profissionais de saúde proporcionar conhecimentos aos pais acerca do autismo, avaliar o grau de compreensão desses sobre a doença, bem como o enfrentamento deles diante dessa inesperada realidade que se apresenta (CARNIEL, et al., 2010).
Chegamos ao final dessa atualização com um desafio: uma boa orientação da equipe de enfermagem só poderá ser dada se o profissional tiver um embasamento para isso. Aproveite a comemoração do Dia Mundial de Conscientização do Autismo e reflita sobre o assunto, e se necessário, aprofunde seus conhecimentos!
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Referências
ABRA. I Seminário para Definição de Política Nacional de Atenção à Pessoa Portadora da Síndrome do Autismo. Associação Brasileira de Autismo. nov. 1990. Disponível em: Acesso em: 27 mar. 2012.
BRASIL. Parecer nº 521, de 2011. Senado – Brasília. Disponível em: Acesso em: 27 mar. 2012.
CARNIEL, et al. A atuação do enfermeiro frente à criança autista. Rev. Pediatria, v. 32, n. 4, p.255-60. São Paulo, 2010. Disponível em: Acesso em: 27 mar. 2012.
MELLO, C. Pena para autista precisa ser aplicada adequadamente. Revista Consultor Jurídico, 1º de abril de 2011. Disponível em: < http://www.conjur.com.br/2011-abr-01/medidas-seguranca-autistas-aplicadas-adequadamente> Acesso em: 27 mar. 2012.
Atualização publicada no site do COFEN e postado aqui como fonte de pesquisa, todos os direitos autorais pertencentes ao COFEN, bem como aos tutores das atualizações. A matéria na íntegra pode ser encontrada aqui. Alertamos para o uso consciente apenas para embasamento teórico.
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